Nos dias 7 e 8 de julho, ocorreu a oficina “Carta do Patrimônio Cultural e Mudanças Climáticas”. Promovido pelo Comitê Brasileiro do Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (ICOMOS Brasil), em parceria com o Comitê Brasileiro do Conselho Internacional de Museus (ICOM Brasil), o evento foi realizado de forma híbrida e reuniu diversos profissionais do setor para um amplo debate. O objetivo foi finalizar o documento, que servirá como orientação para políticas públicas e ações voltadas à preservação do patrimônio cultural brasileiro diante dos desafios impostos pelas mudanças climáticas.
A abertura do evento ocorreu no auditório Heloísa Alberto Torres, no prédio sede do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), em Brasília, com a participação da presidenta do Ibram, Fernanda Castro, e do presidente do Iphan, Leandro Grass. Em seguida, aconteceu a mesa de debates intitulada “Organizações nacionais e internacionais para a construção de uma agenda sobre mudança climática e patrimônio cultural”, com a presença de Mauro García Santa Cruz (Icomos), Lucimara Letelier (Icom), Vinícius Gürtler (Ministério da Cultura), Joel Santana da Gama (Ibram) e Cejane Pacini Muniz (Iphan). A partir daí, a programação se concentrou em uma discussão detalhada sobre o conteúdo da Carta.
Ao longo dos dois dias de atividades, os participantes trabalharam na finalização do documento, com base nas contribuições já coletadas junto a representantes de comunidades tradicionais, pesquisadores, gestores públicos e instituições acadêmicas de diversos biomas do Brasil, além de sugestões enviadas pelo público em uma consulta aberta.
Presente em toda a dinâmica da oficina, o presidente do ICOM Brasil, Diego Bevilaqua, destacou a participação do público: “A carta reflete um acordo entre as pessoas que participaram e contribuíram anteriormente. Todas as sugestões da maioria foram consideradas e estão presentes no documento.”
Diego também falou da importância da carta para o patrimônio cultural brasileiro:
“Trata-se de um instrumento de política pública e uma referência para o campo. Esperamos que esse documento seja uma ferramenta tanto técnica quanto política, atuando de forma pedagógica dentro do próprio setor. Ele deve ajudar na formação e no entendimento de como o patrimônio cultural pode se relacionar com as questões das mudanças climáticas — não apenas na proteção, mas também na sua contribuição para processos de mitigação, adaptação e resiliência. Além disso, a carta também terá um papel externo, ajudando a orientar outras áreas e a política pública de modo geral, especialmente no que diz respeito às políticas de clima, destacando o papel do patrimônio cultural nesse contexto.”
A versão final do documento será disponibilizada em breve em nossos canais de comunicação.
A oficina é uma realização do ICOMOS Brasil e do ICOM Brasil, com apoio do Iphan, do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) e da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz).




