O Conselho Internacional de Museus (ICOM) aprovou nesta quarta-feira (24/8) em Praga, capital da República Checa, uma nova definição para museu. O texto traz mudanças importantes com relação à definição que vigorava até agora, incorporando termos e conceitos relacionados a desafios contemporâneos, tais como sustentabilidade, diversidade, comunidade e inclusão. Na tradução preliminar para o português, realizada conjuntamente pelos comitês nacionais dos países de língua portuguesa, a nova definição é a seguinte:
“Um museu é uma instituição permanente, sem fins lucrativos, ao serviço da sociedade, que pesquisa, coleciona, conserva, interpreta e expõe o patrimônio material e imaterial. Os museus, abertos ao público, acessíveis e inclusivos, fomentam a diversidade e a sustentabilidade. Os museus funcionam e comunicam ética, profissionalmente e, com a participação das comunidades, proporcionam experiências diversas para educação, fruição, reflexão e partilha de conhecimento”.
O texto foi o resultado de um processo colaborativo que durou quase dois anos e envolveu milhares de profissionais de todo o mundo. Só no Brasil, mais de 1.600 pessoas participaram dos debates promovidos pelo Comitê Brasileiro do ICOM – o ICOM Brasil. Globalmente, o processo também teve participação decisiva do País. O ICOM Define, comitê internacional criado especialmente para a revisão, foi co-coordenado pelo museólogo brasileiro Bruno Brulon.
“É preciso parabenizar a transparência e o caráter participativo do processo, com milhares de pessoas envolvidas só no Brasil”, disse a presidente do ICOM Brasil, Renata Motta. “Os profissionais brasileiros sugeriram vários termos que acabaram não entrando no texto final, mas estamos completamente comprometidos com a nova definição”, completou. O novo texto foi aprovado por um placar de 487 votos favoráveis, 23 contrários e 17 abstenções.
COMITÊ EXECUTIVO
Ainda durante a Conferência Geral do ICOM, a museóloga Marília Bonas foi eleita para o Comitê Executivo da instituição. Mantém-se, portanto, a representação brasileira no órgão máximo da entidade. Nos últimos seis anos, teve mandato no órgão o museólogo brasileiro Carlos Roberto Brandão. Marília Bonas é atualmente diretora técnica do Museu da Língua Portuguesa e do Museu do Futebol; já dirigiu também o Memorial da Resistência, o Museu do Café e o Museu da Imigração, todos no estado de São Paulo. Com 269 votos, foi a segunda candidata mais votada.